Do pudor

Do pudor.

De onde surge tal necessidade para mentir?

Por entrelinhas duvidosas e extremos sinais,

ou por nojo desses filtros de vidas carnais.

Que não fazem nada mais do que proibir

a integridade dos atos, falhos ou não

que atravessam barreiras de pudor

e deixam um lastro amargo de rancor,

fazendo sempre de culpado o coração.

Companhia da quase obrigação de sorrir,

boa educação e gentileza são vitais

para que não lhes interesse nada a mais;

pois que, de alguma coisa, deve servir

fingir não ter malícia e sim compreensão,

desviando todo o foco para o fervor

daquele que narra, do seu completo terror.

Ao que escuta, respondendo com conselhos vãos.

Eduarda Daibert
Enviado por Eduarda Daibert em 26/11/2010
Código do texto: T2638868
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