Pobre ilusão
Fiz castelos alados,
No alvorecer desejados,
De esperança forjados,
Com matizes dourados.
Mas pena que sinto
Cá dentro do peito,
O afago desfeito,
Da pobre ilusão.
Lí poemas formados,
No horizonte gravados,
Com resquícios jorrados,
E de amplidão carregados.
Mas pena que sinto,
Cá dentro do peito,
O afago desfeito,
Da pobre ilusão.
Sutís versos sonhados,
No despertar planejados,
Quais lírios deixados,
Ao desdém enfeixados.
Mas pena que sinto,
Cá dentro do peito,
O afago desfeito,
Da pobre ilusão.
Dos poetas cantados,
Surgem versos ousados,
Deixando corpos molhados,
De perfume orvalhados.
Mas pena que sinto,
Cá dentro do peito,
O afago desfeito,
Da pobre ilusão.