Ahh! Esse meu coração antes tão frio e solitário
Ao menos por um tempo pode sentir a magia do amor.
Por um tempo... Momentos... Antes da dor!
De repente meu jardim despetalou-se
Fenecendo no solo fértil dos meus devaneios...
Negando o néctar à lasciva dos beija-flores...
Ignorando as estações dos amores que não tive.
Por fim! Restaram-me por consolo...
Pálidas flores de mal-me-quer!
Onde nem as borboletas se atrevem pousar.
Folhas secas espalhadas no colo dos ventos
Fazem-me recordar do bale daqueles cabelos
Que tocavam meu rosto feito plumas de anjos!
Hoje! Depois do sonho... Meus olhos tristes e saudosos
Buscam a magia daquele olhar
No verde dos mares... Nos lodos dos rochedos,
Na vicejante seiva que esverdeia as orlas dos pântanos
E até mesmo nas esmeraldas no seio da terra.
Até as lágrimas que deslizam em meu rosto
São verdes... Esse verde abstrato que escorre por entre meus lábios
Um gosto de desgosto! Amargo fel que minha alma triste vem sorver
E fazer das minhas metáforas o meu ultimo cálice de musgos.