Ode aos irracionais
Aperto no peito
Sensações estranhas
A boca pede um grito
Há algo nas entranhas
Cheiro de morte
Previsão de dor
Falta de sorte
Visão do horror
Coração aberto
Perdido na esquina
O mal está perto
Mas isso fascina
O fim e o começo
Estão presentes na vida
Por isso eu esqueço
Do ponto de partida
No tudo e no nada
Em todo o universo
Está bem guardada
A verdade ao inverso
Oceano de espelhos partidos
Que refletem imagens
Nos olhos contidos
De seres selvagens
Que não sentem medo
E não pensam em parar
Não diferem tarde ou cedo
E não podem sonhar
Grande sorte desses animais
Que nasceram sem raciocinar
E não se perderam no cais
Da maldição de pensar.