DEPOIS DE TUDO
Eu já escrevi milhões de palavras e as apaguei...
Eu não consigo dizer nem mais o que eu sei,
Eu estou confusa, perdida, fora de mim,
Me sinto no fim
E não sei por onde recomeçar,
Por onde fazer acontecer, alcançar...
Tentei, tento e vou continuar tentando
Até que um dia tudo acabe, e eu, soluçando
Veja de perto o final das minhas ilusões,
No vão jogo da vida e das decepções,
Então eu desista de prosseguir
De querer respirar, amar, sorrir...
Um dia... quando eu esquecer você pra sempre
E dentro do peito a agonia antagonista adentre,
Vou perceber o que é mesmo desespero e angústia
Ante ao meu precipício que me cercou com astúcia
E naquela hora, sorrindo, há de me devorar
Na faminta sede de corpo e sangue, me esganar...
E irei pelo caminho que me convir ao partir dali
Já não ficarei pra saber o que haverá de ti,
Se de piedade, se de compaixão, se de indiferença,
Assistirás minha história, retórica, da minha crença.
No final do meu amor declarado e findo
Das entranhas do imperscrutável vindo
E será pra sempre escuso do teu ínfimo
Guardado no remorso do teu íntimo
Por ter morrido, extinguido, inexistido,
Quem por ti vivera no eterno incólume do amor bandido.