Paradoxos


Vagando pelos vales
das sombras, sem sombra
Vivendo os prazeres
da vida, sem vida
Fervendo a alma forte, ferida
Com o calor do corpo,
em chamas.

Cavalgando no dorso
do vento, sem sela
Gritando, com vigor,
em socorro
Morrendo de dor, não morro
E vivo!
Eu vivo a vida sem ela.

Correndo,
no andar sinto que dói
Sofrendo,
sonho o sonho que amo
Dormindo,
o sono que não constrói

O apelo,
o clamor que clamo
Ainda quando
a indiferença destrói
O que reconstruo
no amor, no ódio, amando...