Música de uma nota só.
A constante ausência de tuas mãos,
Sobre minha face sofrida,
Me faz uma nota perdida,
No verso que ninguém escreveu.
Teus olhos ausentes no meus,
A sede de teus beijos me mata,
Sinto-me em ti em falta,
Como uma sombra de algo que se foi.
As flores que plantei murcharam,
Viraram estilhaços de lembranças esquecidas,
Dentro das milhares de vidas sofridas,
Restou apenas uma nota dissonante.
As tristes estrelas flamejantes,
Perderam sua fulgura cintilante,
E conduzidas ao abismo distante de tua presença,
Cantaram insípidas a tua ausencia.
A dormencia eterna de meu riso,
Congelado e esquecido no meu peito fosco.
Tentava resistir com tua face exposta,
Nos breves fleshs de lembrança.
Mais eu entregue a minha dissonância,
Como parte de uma música que ninguém compôs,
Ensaiei meus últimos versos de amor trágico,
Sabendo que eu este ser falho… nunca mais passará
De uma música oculta, de apenas uma nota.