PESAR
Eu preciso de carinho!...
Não aguento este leneu!
E desejo o terno afago,
mas que seja sempre o teu.
Porque a onda bate forte
e balança o meu barquinho...
Já perdi toda a esperança,
o refúgio, o terno ninho...
Foi-se a glória da bonança
e eu me vejo aqui no canto
mais silente e mais soturno
e ninguém vê este meu pranto.
Viro a noite e viro o turno
anelando o plenilúnio
com alguém, que com magia
me tirasse do infortúnio.
Minha graça passa ao longe...
Onde está minha alegria?
E pensar que tão distante
fui feliz e não sabia...
Obs: o assunto é de "desilusão", mas este poema é trovado, ou seja, mais que uma trova. Muitos podem pensar que a trova tem a obrigatoriedade de se rimar ABAB, mas não é bem assim. Pode-se fazer trova no esquema ABCB também.