PESAR

Eu preciso de carinho!...

Não aguento este leneu!

E desejo o terno afago,

mas que seja sempre o teu.

Porque a onda bate forte

e balança o meu barquinho...

Já perdi toda a esperança,

o refúgio, o terno ninho...

Foi-se a glória da bonança

e eu me vejo aqui no canto

mais silente e mais soturno

e ninguém vê este meu pranto.

Viro a noite e viro o turno

anelando o plenilúnio

com alguém, que com magia

me tirasse do infortúnio.

Minha graça passa ao longe...

Onde está minha alegria?

E pensar que tão distante

fui feliz e não sabia...

Obs: o assunto é de "desilusão", mas este poema é trovado, ou seja, mais que uma trova. Muitos podem pensar que a trova tem a obrigatoriedade de se rimar ABAB, mas não é bem assim. Pode-se fazer trova no esquema ABCB também.

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 09/11/2010
Reeditado em 10/05/2013
Código do texto: T2605631
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