O nascimento de mais uma sombra.
Nasceu mais um filho do mundo,
Banhado pelo sol do sertão.
Teus olhos brilham como as estrelas,
Mas, não terá no mundo,muito chão.
Nasceu mais um prematuro,
Um filho sem pai nem mãe.
Chorando as dores do mundo,
Sentindo feridas que não cicatrizarão.
Nasceu mais uma sombra,
Dentre várias outras escondidas no concreto,
Que vivem e temem discretos,
Os pesadelos que sonham acordados.
Nasceu mais um soldado,
Que lutará pela sua própria vida,
Cavando a sua cova a cada dia,
Jogando as flores murchas no chão.
Nasceu mais um pedinte de migalhas,
Que cortará seus pulsos com navalhas,
E deixará seu sofrimento de herança.
Neste solo infértil nasceu mais um criança,
Mais ninguém ouviu seu grito de vida,
Ninguém notará sua partida,
E seu canto de solidão.