Desenganos

O teu verso não diz

no meu não encontro

a cor indistinta de qual rumo tomar.

Caminho em direções diversas

na esperança de acasos fortuitos.

Incendeio o rastro para não voltar.

Ainda assim teimo: meu amor não morreu...

Em momentos átonos, sem significados

prossigo abraçando imagens de um passado

de cores indefinidas aspiradas pelo tempo.

As mãos clamam pela culpa

o coração sangra o amor desvairado.

Soluço alegorias desenhando desesperos

interrogando os meus poderes.

Os passos continuam no trajeto das heranças.

Nas vitrines pretendentes reticentes em escalas míopes.

Não choro,

não desfraldo a bandeira de minha rendição.

bette vittorino
Enviado por bette vittorino em 06/10/2006
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