Condenado ao Conformismo
Por uma vida toda eu sonhei,
Sonhei em ter meu amor,
Sonhei em viver uma vida sem dor,
Sonhei que dias melhores viriam,
Quando conquistasse o que sempre quis.
Os tempos se passaram,
E lá se foi minha juventude,
Mas vieram também minhas conquistas,
Agora com as conquistas que ontem sonhei,
Mas sem a minha amada juventude,
No fundo continuava o mesmo,
Um cara insatisfeito com sua vida,
Mas conformado a viver desse jeito.
Hoje não sou filho do meu São Paulo dos Arranha-céus,
Não sou filho da Baía de Todos os Santos,
E nem desse Oeste vermelho,
Sou um Palmital sem raízes,
Cujo fruto só servirá aos homens,
Após de morto.
Enquanto vivo,
Conformo-me com a vida que levo,
Sem amores e com muitas dores,
Mas ainda tenho algumas glórias a exaltar,
As conquistas que ontem sonhava,
Hoje eu as consegui,
E com essa história,
Muitos me verão como um homem glorioso,
E assim disfarço a dor,
E vivo meus dias,
Até meu fim,
Como um homem honrado,
E não como um homem acabado,
Acabado pelos erros de sua própria vida.
Estou condenado a me conformar com a minha vida,
Até meus últimos dias,
Caso uma vida boa,
Ainda queira ter.