Condenado ao Conformismo

Por uma vida toda eu sonhei,

Sonhei em ter meu amor,

Sonhei em viver uma vida sem dor,

Sonhei que dias melhores viriam,

Quando conquistasse o que sempre quis.

Os tempos se passaram,

E lá se foi minha juventude,

Mas vieram também minhas conquistas,

Agora com as conquistas que ontem sonhei,

Mas sem a minha amada juventude,

No fundo continuava o mesmo,

Um cara insatisfeito com sua vida,

Mas conformado a viver desse jeito.

Hoje não sou filho do meu São Paulo dos Arranha-céus,

Não sou filho da Baía de Todos os Santos,

E nem desse Oeste vermelho,

Sou um Palmital sem raízes,

Cujo fruto só servirá aos homens,

Após de morto.

Enquanto vivo,

Conformo-me com a vida que levo,

Sem amores e com muitas dores,

Mas ainda tenho algumas glórias a exaltar,

As conquistas que ontem sonhava,

Hoje eu as consegui,

E com essa história,

Muitos me verão como um homem glorioso,

E assim disfarço a dor,

E vivo meus dias,

Até meu fim,

Como um homem honrado,

E não como um homem acabado,

Acabado pelos erros de sua própria vida.

Estou condenado a me conformar com a minha vida,

Até meus últimos dias,

Caso uma vida boa,

Ainda queira ter.

Luis Gustavo Esse
Enviado por Luis Gustavo Esse em 23/10/2010
Código do texto: T2572939
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