Falta
Falta-me inspiração...
Talvez o som de um violão...
Falta-me a vontade desenfreada de me dedurar.
Estou no escuro, está tão frio,
Quando saiu que não o vi?
Estou cercada, mas o vazio
Da solidão que eu sofri...
Nada passa tão devagar quanto a
Navalha que rasga meu peito.
É uma dor aguda e sem direito
Invade aos poucos o meu falar.
Você não merece essas lágrimas,
Nem as palavras que eu gastei,
Enquanto dizia o que eras,
O que seria e o que eu queria.
Não merece as minhas lembranças,
Nem a carência que guardo em mim.
Mas as palavras são finitas,
A minha mente fértil serás solo de um novo jardim.
Na vida aprendi que o pranto é dom
De quem sabe amar.
E que aos poucos o encanto
Há de um dia se quebrar!
Falta-me inspiração...
Quem sabe o som de um violão?