Ciúmes!?
Sabe o que doe, meu amor?
Não é sua risada, quando eu choro
Não é ser desprezo, quando eu imploro
Mas, é ver ele, os lábios nos seus por.
Sei que o meu ciúme disfarço bem
Do meu amor, como sempre, nunca falei.
Mas quantas noites em claro te esperei.
E você não veio! A culpa é de quem?
A culpa é desse coração leviano,
Que não olha por quem vai se apaixonar.
A culpa é também desse olhar
Que deixa o pobre coração palpitando.
O problema é: nós dois somos culpados
Temos corações e olhamos!
Pode até ser que, juntos, erramos
Mas quem vai dizer que estamos errados?
O erro é tentar esconder o aparente.
É deixar que a alma suma.
É fazer com que a máquina da vida durma
O erro é deixar o outro demente.
Sabe o que machuca, amor?
Não é a desculpa inventada para não me ver
Não é o fato de não me querer,
Mas andar abraçada com ele, só para aumentar minha dor.
E o pior é que não quero não te querer
Desejo-te, como Zeus a Hera.
Você, nesse quadro é a Bela, eu a Fera,
Mas mesmo assim eu quero te ter.
Vejo-me de novo imerso nessa loucura.
Devaneios tolos, não os leve em conta...
Ou os leve! Mas vê se não apronta
Já sabe que, esse louco, só bebe amargura.