Vida de improviso

Meus dias seguem vazios

Cansada das infindáveis bobagens vividas

Permiti morrer toda minha alegria

Todo fogo de vida esvaíram

Busco em momentos, razões.

Razões para prosseguir

Tento no inconsciente desespero

Encontrar minha alma

Que já não sei se existe

Procuro fundo o trágico mistério

Nesse instante improviso

Ora rio, ora choro.

Enquanto a vida fugaz traz suas dores

Percebo quanto custa nossos desejos

É de fato o anti-reflexo

De nossa pobre realidade

Somente um conto sem nexo

Uma mentira esculpida na mente

A verdade esquecida de se dita

Num breu distante escondido

Onde sequer um dia reconhecido

Ah! Nossos desejos

Tão imponente tão implacável.

Quase incontrolável

Mil rostos a serem vistos

Mas sem encontrar o único

Que foi desejado, o rosto vestido.

Não mais reconhecido

Não mais existido

Eternamente mentido

Que um dia no desabrigo, fora fugido.

Consumido pelo gole do fel

Corro o risco de viver cada dia

Corro o risco de se deixar morrer

No ápice da mais pura entrega

Covardemente rejeitada, apunhalada.

O adeus chega pragmático e traiçoeiro

Apaixonada e separada para sempre

O poder da dor que separa

Corpo, alma e coração.

Dividida em parte ficou o corpo

Que sem desejar foi condicionado

A mais pura necessidade da carne

Amargando um destino cruel

De uma vida deixada de lado

Elisa Troni
Enviado por Elisa Troni em 20/10/2010
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