Blues da Velha Vida
Você está no meio da guerra,
Em um campo devastado
Enquanto ela ainda te espera
Com um prato de comida
Esfriando na janela
Olha a vida como é bela
A sua vida e a vida dela
Dois palhaços adestrados
Nesse circo que foi queimado
Pelo fogo da espera
Ah, e os vagabundos na sua porta
Pedem grana e você volta
À estrada solitária, é mais um
Nessa mesma rota
Dos que perdem o que ganham
Um copo de bebida,
Outra noite, outra vida
E sua mulher na contra-mão
Diz que não aguenta não
Quer que você mude de vida
Saia desse beco sem saída
E no caminho de volta pra casa
Há um bar em cada esquina
Já esquece de sua menina
Outra noite esta sozinha
Perguntando "o que será dessa vez?"
Os cães latem na madrugada
Noite fria, escancarada
Você foge do perigo
Pelos becos obscenos
E no caminho ouve os gritos
Ah, os pregadores na calçada
Garantem sua nova vida abençoada
Os poderes de Cristo,
Novamente o mesmo grito
Sente-se e começe a rezar
Um copo de bebida,
Outra noite, outra vida
E sua mulher na contra-mão
Diz que não aguenta não
Quer que você mude de vida
Saia desse beco sem saída
Ouça a marcha dos mendigos
Que caminham enquanto eu digo
Cinco horas pra fugir
Dessa cidade ou daqui,
Do caminho dos mendigos
Enquanto sua mulher continua
Caminhando pela estrada nua
Com umas mentiras na cabeça
Pondo a culpa na igreja
Por não entender a sua dor
Ah, e cresce o sofrimento
Dentro da cela do detento
Que não pode respirar
Nem o mesmo ar
Que o patrão, policial
Um copo de bebida,
Outra noite, outra vida
E sua mulher na contra-mão
Diz que não aguenta não
Quer que você mude de vida
Saia desse beco sem saída