BARCO
O gelo que queima minh’alma,
São brasas que a congelam.
Pensamentos nos olhos afloram,
Mas a fúria do mar o acalma.
Barco a vela a navegar,
Em muitas ilhas pôde ancorar.
Solidão é bussola sempre a mostrar,
Que o importante é o simples amar.
Mas, o coração pobre veleiro,
Mal sabia velejar,
E se perdeu neste aguaceiro,
Levado pelas ondas do mar.
Neste deserto petrificado,
Onde o oceano é congelado,
Vento de alva poeira carregado,
O transporta para o dia ensolarado.
Mesmo não estando acabado,
O começado foi terminado.
Mais um barco ancorado,
Nas ruínas do seu legado.