ANJO DE GELO
Caída ao chão, procuro recolher
Os pedaços de meu vôo.
Minhas asas quebradas
E minhas vestes rasgadas
Dizem bem mais que os versos
Que tento, em vão, pronunciar.
Meu coração é um deserto frio
E minha alma procura a luz,
Mas ela não existe mais.
Minhas lágrimas congelam
Com a suave brisa noturna
De agonia e paz.
Procuro uma resposta,
Mas ela foge de mim.
Meu grito morre em meus lábios.
Está tão escuro!
Este silêncio me perturba:
Quando chegará o fim?
Meu coração é um iceberg
Frio e insondável.
Está tudo congelado!
Meu corpo não respira,
Apenas expele a neblina
De que meu ser é formado.
A noite não tem luar
E meus olhos vítreos procuram
Um refúgio, algum lugar.
Mas, para quê, eu me pergunto?
Se não existe esperança
Que eu possa novamente voar?