ANJO DE GELO

Caída ao chão, procuro recolher

Os pedaços de meu vôo.

Minhas asas quebradas

E minhas vestes rasgadas

Dizem bem mais que os versos

Que tento, em vão, pronunciar.

Meu coração é um deserto frio

E minha alma procura a luz,

Mas ela não existe mais.

Minhas lágrimas congelam

Com a suave brisa noturna

De agonia e paz.

Procuro uma resposta,

Mas ela foge de mim.

Meu grito morre em meus lábios.

Está tão escuro!

Este silêncio me perturba:

Quando chegará o fim?

Meu coração é um iceberg

Frio e insondável.

Está tudo congelado!

Meu corpo não respira,

Apenas expele a neblina

De que meu ser é formado.

A noite não tem luar

E meus olhos vítreos procuram

Um refúgio, algum lugar.

Mas, para quê, eu me pergunto?

Se não existe esperança

Que eu possa novamente voar?

Débora Falcão
Enviado por Débora Falcão em 13/10/2010
Código do texto: T2553744
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