POESIA FÚNEBRE

Meu corpo é uma sepultura

Onde jaz minha alma morta

Pelas mãos do destino.

Meus olhos não têm mais vida

E minha vida já não existe.

Meu coração ainda insiste

Em receber a acolhida

Do amor: que desatino!

Já foi fechada esta porta:

Meu corpo é uma sepultura.

Agora só me resta continuar

Fingindo sobreviver

Num mundo que é um vale sombrio.

Meus pés não marcam o chão

E minhas lágrimas secam ao vento.

Quem me dera passasse o tempo

E curasse meu coração,

De onde flui como um rio

A tristeza de meu ser

Que não posso segurar!

Eu caminho sem pensar.

Minhas forças, não sei de onde vêm.

Meus pensamentos são vazios.

Sou como um sepulcro caiado:

Belo por fora, morto por dentro!

À minha volta só existe silêncio,

Meu grito não é escutado.

Não sei onde perdi meu sorriso.

Meu corpo, que alma não tem,

É um barco à deriva no mar.

Se existe vida após o amor,

É carregada de humilhação,

De choro e ranger de dentes.

Meu sofrimento é eterno,

Mas que me é indiferente.

Nada importa, simplesmente,

E este é o pior inferno

Em que me achei, de repente,

Pois já não tenho coração:

Calejado ficou pela dor.

Débora Falcão
Enviado por Débora Falcão em 13/10/2010
Código do texto: T2553695
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