Meu País
Meu país
Meu país tem a revolta de um Castro Alves
A indecência de um Gregório de Matos
A sutileza para misturar indecência e Poesia
Meu país tem a terra seca de Graciliano Ramos
A corte aristocrática de José de Alencar
A sutileza para combinar a miséria com o luxo
Meu país tem a Bahia de Jorge Amado
O samba carioca de Noel Rosa
A sutileza para juntar samba e tiroteio
Meu país tem Brás Cubas de Machado de Assis
A pele negra navalhada do Lima Barreto
A sutileza para deixar o preconceito gratuito
Meu país tem a poesia de Vinícus de Moraes
O morro nobre de um Bezerra da Silva
A sutileza para varrer os desvalidos
Meu país tem cheiro de velas queimadas
De poesias rasgadas que Drummond escreveu
A sutileza para enterrar os vivos e trazer os mortos
Glórias! Só os mortos a merecem! Enterremos os vivos!