O que é seu?
Há tempos estou alheio ao mundo
E a tudo que existe nele, até a mim.
Os anseios pelos quais lutei, nem sei!
Não sei por que os desejei, não sei!
Das batalhas que travei, nenhuma me deixou mais que feridas incuráveis
E pra que continuar se a fome é sempre tão insaciável?
Se é mais fácil fazer desta hora e deste momento
A hora de parar,
Desejar somente o necessário e indispensável?
Já não trago mais em minha mochila com marmita fria
O peso do que não tenho
Já não encho minhas sacolas de feira
Se não de frutas e alimentos
A gana é a chama que consome
A juventude das mulheres
E a felicidade dos homens
É um beijo sem desejo,
Que se dá pela conveniência das circunstâncias.
É a necessidade criada a esmo,
Pela vontade de encher a pança.
A gana é o que alimenta o ego
Pois quem quer mais, quer para ser mais
Ora... Sendo ser, uma entrelinha num caderno de 10 matérias de ter infinitamente
Nunca fui nada
Pois tudo o que tive, de verdade?
Nunca fora meu...
O que é seu?