Vingança
Acordo como sempre
Mais uma simples manhã
Chuvosa e fria
Levanto-me em busca
De um cigarro ou bebida
Algo que alivie minha dor
Porém minha carteira está vazia
E minha garrafa também
Como todo o resto de em minha vida
Alguém me chama na cama
È a velha e carcomida Decepção
Pede para que volte a ela
Me fala dos amigos que traíram-me
Das namoradas que apunhalaram-me
Do meu cachorro que mordeu-me
Eu poderia levantar e sair
Mas mesmo com sua voz gutural
E seu hálito pútrido, ela me seduz
Poderia cometer suicídio
Mas logo me lembro que esta
É a saída dos covardes
Daqueles que não lutam
Decido lutar.
Mas não sozinho
Alio-me com a dor
E logo a velha torna-se jovem
Os cabelos cinzas, ruivos
Os olhos negros, verdes
O corpo esguio, sensual
A decepção da lugar a sua irmã: a Vingança
Sei que ela envenenará meu sangue
Turvara minha visão e acabará com
O que resta de mim
Mas não tenho nada a perder
E pelo menos assim
Levarei um pedaço dos vermes comigo
Porque definhar sozinho, se posso leva-los comigo?
Mas não se iludam, crianças
Não faço o certo
Só aquilo que abranda meu ódio
Pois este sim, me condenou a dias