A TI, EX-COMPANHEIRA

(A todos os homens que se sentem insubstituíveis, o centro do universo)

Eu te cerquei de teias,

Esquecendo-me que sangue

Corre em tuas veias.

Seduzi-te com um sorriso maroto,

Fiz-me garoto, vítima, criança

E roubei-te os melhores anos.

Mesmo me amando,

Fiz da tua lágrima o meu riso,

A tua fome, transformei em abastança,

No teu calor aqueci meu frio,

Sendo meu mar, fui apenas rio.

A menina tola

Fiz crescer à força

Arrancando-te da boca

Palavras e ações

Que só gente grande é capaz.

Por quê?

Porque o amor tudo dá e nada exige

E na minha frieza,

Fria e pálida certeza,

Meu EGO “ista” queria mais.

Minhas mágoas e tristezas

Mais importantes que as tuas.

Que me importavam as dores nuas?

No fundo eu te odiei.

Às vezes quis te amar

Mas no meu tolo comodismo parei.

Da cegueira de minha mente

Eu me alimentei.

Só vi teus erros,

Evidenciei teus defeitos

Para tornar-te menor

E fui deixando-te cada vez mais só.

Queria que esperneasses, sofresses,

Gemesse, pedindo clemência

Mas tu seguias, consciência...

Nada negando, tudo entregando.

Acostumei-me som teus “sins”

Regados a pranto

E talvez por isso agora

O teu “não” definitivo dói tanto.

Porém, um dia...

Quem sabe?

Eu me dispa da fantasia de durão

Reconheça que tive na mão

O mais forte e puro amor?

E, sem rancor:

Fui feliz, tive tudo a vida inteira

E posso escrever a minha história

Em tua história, ex-companheira.

Vivianna di Castro
Enviado por Vivianna di Castro em 02/10/2010
Reeditado em 02/10/2010
Código do texto: T2532964