NO ESPELHO
O sol entrou pela janela
formando na parede
do meu quarto
imagens sutis, indivisíveis,
raras e sensíveis.
Com olhos oscilantes
perscrutei
e vi um rosto, um cérebro
talvez...
Ou quem sabe,
apenas o vazio?
Senti frio
congelando-me o corpo.
Vi a pequenez da alma
ante a luz espalhada,
vi a dúvida, a ignorância,
o egoísmo, o vazio,
a burrice estampada,
o medo de sentir medo.
Enxerguei a face humana
e minha essência se derrama
diante do espelho.