NO ESPELHO

O sol entrou pela janela

formando na parede

do meu quarto

imagens sutis, indivisíveis,

raras e sensíveis.

Com olhos oscilantes

perscrutei

e vi um rosto, um cérebro

talvez...

Ou quem sabe,

apenas o vazio?

Senti frio

congelando-me o corpo.

Vi a pequenez da alma

ante a luz espalhada,

vi a dúvida, a ignorância,

o egoísmo, o vazio,

a burrice estampada,

o medo de sentir medo.

Enxerguei a face humana

e minha essência se derrama

diante do espelho.

Vivianna di Castro
Enviado por Vivianna di Castro em 30/09/2010
Código do texto: T2530663