A GUERRA DE VIVER

Sou eu quem permanece assim calada...
Na timidez interminável da minha alma
Que voa alto, inquieta, ilusória e alada
Emoldurando-me a face fria e calma!

Mas dentro de mim impera um turbilhão
De emaranhada missão no caos obscuro;
Na guerra de viver, avança um Batalhão...
De guerreiros que marcham no escuro!

E cada guerreiro então levanta sua arma
E dispara em mim, os absurdos da vida;
Minha mente queda, mas não se alarma
E minha sorte em insana revolta, revida!

Até quando serei alvo de tanto disparo?
Se já nem sei por que eu vivo e reluto?
Pelo sonho de viver, eu pago preço caro!
E neste campo de batalha, morro e luto!

Luto sem armas, sem guarida e sem razão...
Luto contra tudo e contra todos neste ato!
E em versos confusos eu dou fluente vazão,
Às rubras lágrimas de esperança que mato!



SIRLEY VIEIRA ALVES