Desenganos

Desenganos

(por Rosalva Rocha – 27/09/2010)

Resta-me a dor

De ver o mundo girar

Tão rapidamente

De forma tão eloqüente

Sem que eu tenha me preparado

Para tantas surpresas freqüentes

E não falo em surpresas normais

Como ausência de amor

Ou mesmo muito tempo de dor

Falo das surpresas inusitadas

Estampadas por pessoas desregradas

Que nada dizem pra vida

Que tiram muito pouco dela

Mas muito das pessoas com quem convivem

Sugam-lhes a alma

Sem calma

Corroem os seus sentimentos mais puros

Coroando vidas e vidas com sensações

Desastrosas, pesarosas

Sem qualquer pudor

Causando-lhes simplesmente dor

Dor difícil de estancar

Porque não se estanca rapidamente

Aquilo que está marcado

Especialmente pelo engano

Quando recebido de maneira ingênua

De pessoas sem qualquer lado humano

Engano?

Não! Não há engano!

Há ausência de caráter

Em uma população de pessoas que

Assombram até mesmo fantasmas

Com sua insensatez, frivolidade e

Maldade

E passam por nós nas ruas,

Nas esquinas e até mesmo

Nas nossas vidas

Sem que ao menos se perceba

Que o seu lado é tão perverso

Que, num piscar de olhos

O nosso mundo pode ruir

E a gente se destruir

Mas, por outro lado,

Ainda resta-me a esperança

De que o tempo apague as marcas

E vença a sensatez e, quem sabe,

Um sono muito longo

Que apague de vez

Esses monstros sociopatas

Rosalva
Enviado por Rosalva em 27/09/2010
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