Castelo de Areia
Eu lutei
Me esforcei e trabalhei
Para que os muros fossem levantados
Cada cômodo foi planejado
Numa mente deslumbrada
Que visava um futuro afortunado
Imaginava a junção de duas vidas
Que plantaríam e colheríam
Frutos de uma relação crescida
Eu continuei
Lixei e Pintei
Para que nas paredes não houvessem vestígios
De que houveram passados
Bons, ruins ou simplesmente distintos
Mas minha voz ainda ecoava no recinto
Eu acreditei
Cegamente me empenhei
E agora colho o fruto de um amor que somente eu plantei
Fruto que tentaram me convencer a arrancar
Pois na primeira tempestade
Vi meu castelo desabar...
E hoje, mais do que nunca ouço minha voz ecoar
Me acostumando com a covardia alheia
Que me fez ver que o castelo que eu construía
Sempre foi um castelo de areia...