Suicídio Inesperado.
Suicídio Inesperado.
Do que vale a existência,
Se nela nada faço,
sou um expectro somente,
Uma simples tela em branco.
Hoje vi o quanto de brilho
Meus olhos perderam,
E quantos risos foram mortos.
A ignorância tomou minha carne,
e meus medos,
nem pude viver.
Hoje observando,
vejo os detalhes da minha face,
que nem lembranças tenho delas.
Todos envelhecem e contam histórias,
Menos eu,
por não viver.
Sem saber planejei meu suicídio,
Quando era para eu nascer.
Quantas primaveras já passaram?
e quantas pessoas se apagaram da minha memória,
a única história que me recordo,
é de que um dia tentei escrever a primeira frase
do meu único livro,
que ainda esta em branco.
Nem senti a suavidade do vento,
A importância do ar,
A chuva lavando meus lamentos.
Apenas busquei construir monumentos,
para me aprisionar nos meus pesadelos,
meu maior medo foi me ver,
tendo que viver…tendo que ser eu mesmo.