Metrô

Quando pego o metrô

Não sou eu,

É um robô,

Que até sente

E esmola.

Às vezes sonha,

Olhando o mundo que passa lá fora.

Mas fora isso,

Não passo de um enguiço.

Meu coração trava

Todo dia

Às cinco.

Todo dia, três horas do meu dia

Não são minhas!

Quando pego o metrô

Não sou eu...

Eu só sou

Quando volto e me deito

E dormindo só,

Enfim, aceito

Que só sou o que sou!