Vou me embora na marola...
Sou ser que tinha asas e vc tentou arrancar,
Pequena borboleta que em tua mão pousou,
Fragmento de mulher que se deixou levar,
Resto de afeto que você rasgou.
A pedra do cais está solitária a menina morreu,
Em agonia foi-se embora deste tempo,
Deixou carregar teu corpo inerte e seu pensamento,
No mar sepultou o último beijo que não lhe deu.
Agora podes ser dono de tudo,
A menina não pode mais voar,
Este sentimento que é obrigado ser surdo e mudo,
Apenas para sómente à ti contentar.
Não me fale de estrelinhas e insetinhos,
Porquê não me suaviza esta dor?
Me destes restos de teus ninhos,
Pássaro que pra mim construiu o amor.
Me acusa de querer beijar na boca,
Mas sou humana e preciso de carinho,
Me ridica teus favores um tantinho,
E ainda quer que eu fique louca.
Vou me embora na marola...
Onde eu fique longe de teus caprichos,
Onde não seja o teu lixo,
Vou ser sereia que cantarola...
E em minha canção,
Quem sabe toque teu coração,
E venha ser meu bem,
Vem?