Medo

MEDO

(por Rosalva Rocha – 19/10/2010)

A mão que acaricia meu rosto

Subitamente

Me surpreende com infâmias

Tamanhas façanhas

Que me fazem suspirar

E gritar

Por um consolo próximo

Que me afague

Mas de longe

Porque ainda tenho medo

Da proximidade

Da falsidade

Do olhar

Que não enxerga

Que não sente

Que é gélido

Que me afasta

De tudo o que credito

Como verdadeiro

Mesmo que passageiro

Mas o tempo é ligeiro

Põe-me em pé

Corro por entre amigos

E neles

Encontro abrigo

E sorrio

E grito

Mas não um grito de dor

Mas sim de louvor

Por ter passado por um passado

Que já foi rasgado

Colocado no lixo

Agora fixo o futuro

Com mais serenidade

Quem sabe até mais sensibilidade

Que foi o que me faltou

Para entender que

Há gente que não é gente

E nunca, na realidade, se fez presente

Rosalva
Enviado por Rosalva em 02/09/2010
Reeditado em 02/09/2010
Código do texto: T2474262