O QUE NEM O TEMPO PODE APAGAR!

Como hipnotizada, ela se olhou no tempo:

Afogada nas cores da tela que a vida a desenhou

Arrastando-se no tempo driblando todas as teias

Turvando a vista sobre poeiras que caminhou

Afogando desejos de todas as suas abstinências!

E o tempo tem tanto tempo, que nem se sabe!

Talvez nem saiba mais os sabores do amor,

Da mistura doce com o salgado do desejo,

Do coração que dispara louco e fulminador,

Quando na explosão de prazeres, quase animalejo!

E o tempo passou soberano e implacável...

Nem era mais para ela acreditar na alegria, mas sorria!

Nem era mais para ela acreditar na ilusão, mas sonhava!

Nem era mais para acreditar em prazeres, mas afrodisia!

Nem era mais para ela acreditar no amor, mas ela amava!

O tempo não apaga as verdades de um coração!