Borboletar
Eu sempre soube
Que tudo tem uma razão
Pra acontecer... Sempre houve
Um esboço da Criação
Cada um tem um pincel
E as cores dos sentimentos
Para colorir o painel
De todos os momentos
É permitido
Pintar uma borboleta
Com voar destemido
E o repouso sobre a violeta
Borboleta é a imaginação
Que voa colorida
E voa na intenção
De preencher a própria vida
Tem um jardim inteiro
Árvores, pássaros, infinitas cores...
Alterando o roteiro
Do vôo de alguns beija-flores
A beleza de um sorriso
Muitas vezes atrai
Porque é terreno liso
Pra alma, a gente pisa e não cai
Tem as montanhas
Nos picos, há neblina
Mas no clarear das manhãs
Alegre, o Sol descortina
Um bosque, tantos caminhos
Canto, melodia
Pássaros em seus ninhos
Louvam mais um dia
Se o tempo é nublado
E o trovão ameaça
Cada bicho encontra um lado
Se protege, espera e sabe que passa
Entre inúmeras situações
Da própria natureza
Os bichos, os rios, as plantações
Exalam sabedoria e beleza
O próprio Deus habita
Nesse Paraíso
E a alma gosta, abre um sorriso
Quando vê. Mas longe só grita...
O pincel humano
Consegue mesclar duas tintas
O preto e o branco
Paisagens tristes, restos de cinzas
Alguém pintou minha borboleta
De preto... Ela não voa mais
Morre a cada dia, bem lenta
A procura da paz...
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As dificuldades (quase) intransponíveis
Submetem tristezas no coração
Só o amor traz raios invisíveis
Que dissolve o frio e traz a solução
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Poeminha do meu baú... nem sei quanto tempo faz...