Um brinde
Escrevi essa carta
Para que pudesse te dizer
Da dor que me corrói
Quando você não está aqui
Serve apenas pra bordar saudade
E tecer de vez essa barreira
Machucar ainda mais o coração
Da anônima costureira
O que me fez sentir saudade
E beber o veneno da dor
O antídoto para meu sorriso
É sentir o seu amor
O mesmo que me abandonou
Foi vigarista e mascarado
Que me afogou nos meus prantos
Com o coração desamparado
E hoje só me restou lágrimas
De desespero e lamúria
É por isso que desabafo
Escrever é minha fúria
E quando penso em fugir
É para os becos da escuridão
Onde vivo o arco-íris
Preto e branco do coração
Aí você diz pra mim
Que é só de amor que eu sei falar
Que quer colorir o vermelho
Do ser que me faz te amar
O fim de tudo é simples:
Eu não consigo te odiar
Garçom, traga-me um copo de leite!
Um brinde a tudo que me faz chorar...