Números
Cinco, seis, sete, oito...
A avenida não passa,
O tempo corre,
Minha alma se afoga.
Seis, sete, oito, nove...
A chuva e a tempestade,
A luz do sol fugida
Mantém a claridade.
Sete, oito, nove, um...
A vidraça chora por mim
As lágrimas contidas
Na consciência do mundo.
Oito, nove, um, dois...
O meu reflexo deságua em lágrimas.
Se desfaz em ondas.
Nas ondas da vidraça banhada.
Nove, um, dois, três...
Não sou eu que choro,
Não sou eu que clamo,
Não sou eu que me despedaço.
Um, dois, três, quatro...
Minha alma se banha na chuva.
Correndo contra um tempo inútil.
Infelizmente não sou eu que estou lá.