Tempo e Solidão

Morre a cada dia um pouco de mim

Morre os sonhos

Para nascer desencantos

Morre um pouco a cada dia

Um pouco de nós

Nasce então os sinais

Que criam desassocego

Marcas que o tempo nos traz

Eu penso estar preparada

Para os anos que virão

Só não me sinto tão bem

Com a presença da solidão

Essa que me acompanha

Antes mesmo da velhice

Antes mesmo que eu decidisse

Se dejava assim

Então morre a cada dia

Mais um pouquinho de mim

No silêncio de minhas lágrimas

Que molham meu travesseiro

Penso que é preciso

Modificar esse enredo

Espero esbarrar um dia

Em algo que me encante

Que me tire esse medo

De solidão a todo instante

Peço a Deus que me ajude

E que preencha em mim

O que me falta de amor

Trazendo então um fim.

Morre a cada dia, mas

Nasce sempre algo em seu lugar.

Nica Oliveira
Enviado por Nica Oliveira em 21/08/2010
Reeditado em 11/09/2010
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