Tempo e Solidão
Morre a cada dia um pouco de mim
Morre os sonhos
Para nascer desencantos
Morre um pouco a cada dia
Um pouco de nós
Nasce então os sinais
Que criam desassocego
Marcas que o tempo nos traz
Eu penso estar preparada
Para os anos que virão
Só não me sinto tão bem
Com a presença da solidão
Essa que me acompanha
Antes mesmo da velhice
Antes mesmo que eu decidisse
Se dejava assim
Então morre a cada dia
Mais um pouquinho de mim
No silêncio de minhas lágrimas
Que molham meu travesseiro
Penso que é preciso
Modificar esse enredo
Espero esbarrar um dia
Em algo que me encante
Que me tire esse medo
De solidão a todo instante
Peço a Deus que me ajude
E que preencha em mim
O que me falta de amor
Trazendo então um fim.
Morre a cada dia, mas
Nasce sempre algo em seu lugar.