TELHADO DE DESAMOR



Não sei para onde vão essas nuvens de desesperanças,
Hospedando-se nas comarcas do teu desapontamento,
E viajam nos fervores das arcas que outrora foi assim,
Primando por alçar neste afago sem qualquer brilho,
Até mesmo antes do eclipse que me deixastes assim.

Não, eu não sonho nos vales desérticos dessa paixão,
Esfriando o meu Ártico sem as gaivotas do pensamento,
Se o teu sangue gera Nefertiti é mais assombro da alma,
Do que o medo de todas as idolatrias sem ambições.

Não banharei das águas que descem do teu grande Nilo,
Açambarcadas pelas casas de pedras sem um caminho,
Do ninho que não tens a realeza da afeição é covardia,
Atrofia e faz melancolia nos olhos com intensa grosseria.

Não sei para onde vão essas nuvens de desesperanças,
Que bramam na tua Esfinge de tanto desespero e dor,
Vai-te banhar nas piscinas da Cleópatra com rosas azuis,
Clareando do vértice da pirâmide o único raio de um sol.

Oxalá! Talvez nos degraus evolutivos e compensatórios,
Encontre um ofídio para fazer o leito da tua cama doce,
E vai primando por alçar neste afago com qualquer brilho,
Eu não banharei das águas que descem do teu grande Nilo.



ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 20/08/2010
Reeditado em 22/11/2012
Código do texto: T2449844
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