Consumado
Por muitas vezes toquei o céu
Por tantas outras estive escuro
Bradando os pulmões ao léu
Diante de um imenso muro
Murmuro, apropriadamente ao acaso
Dois copos de vinho e o descaso
Pelo futuro do teu abraço quente
Sem carinho, a outros corpos esquente
Nada a mais que ao menos um
Nada menos que além do mais
Os assuntos cravam-se no mar azul
Que testemunhou as promessas e sinais
Imprevisível, talvez cinismo...
Mas o fato é que o quarto assiste novamente
O meu mergulho no abismo
Da tua ausência tão presente
O que me consola é a inconstância das coisas
Tão logo a matéria de nossas mãos e bocas
Desintegradas pela ação da terra
Virá decretar o fim dessa guerra
E antes que eu não diga
Aproveitando as verdades impudicas
O livro da minha vida
Não terminou com tua rubrica
E ainda menos felicíssima...