A despedida
Incenso, velas; choro a tristeza pairando no meu peito relembrando o ultimo momento.
As lágrimas percorrem as curvas do rosto em um deslizar constante; e busco.
Gritos ecoam ao longe no meio da noite fria e gélida, acompanhada a solidão que trás consigo.
Cravos, Palmas, Rosas braças, e o cheiro de vela queimada ficam pairando no ar.
E em um canto escuro o gemido, de quem perdeu.
E olha para o caixão e vê a triste partida chegando, a hora da despedida, o ultimo contato.
Chora porque não vai ver nunca mais e ao se lembrar disto a dor no peito aumenta, o grito vem mais forte na garganta, o peito vira doer e a tampa se fecha. No escuro da noite sai andando de passos lentos até chegar à última morada.
E ao chegar lá no alto da serra na terra prometida na noite fria e gélida, só se vê uma vela acessa e um assovio tímido e repetitivo esperando a chegada do cortejo da solidão.
E ao chegar, a ultima pergunta: quer que abra para rever pela ultima vez?
As lágrimas correm sentidamente pelo rosto e sem dizer, só balança a cabeça que sim.
E o caixão é aberto de novo e pela ultima vez as velas são acesas e de passos lentos como quem não quer nada aproxima e se despede, pega um cravo e bota na lapela.
O choro é inevitável porque vê pela a última vez e ali no meio do nada ninguém vê a cena.
E mais doloroso, ninguém viu, alem do coveiro. Então se ajoelha perto do caixão e dá aquele ultimo adeus, para este sentimento chamado de amor...
Porque as pessoas com sua ingratidão e falta de bom senso, por não reconhecê-lo, o matou dentro do peito deste que vos fala.
E agora só sobrou o cheiro das velas que foram queimadas durante o velório.