Rompimento

Que vivas tu, solitária e triste

Que perca o teu coração, a essência e a cor

Que fuja tua alma dos néctares ao musgos

Por teres havido de matar o meu amor!

Por teres havido de matar o meu amor,

Não haverá sementes que te façam flor

Nem uvas que te façam vinho

Nem velas que velem a dor!

Nem portas que te abram ao desejo

Nem lenço que te enxuguem as lágrimas

Nem luz que te conforte o medo

Nem prazer que te sustente a tara!

A tua boca dirá o arrependido,

O pálido corpo delirará,

E assim, com um olhar gemido,

rogarás retorno ao meu altar!

Ao teu redor, as margens frias

Impedir-te-ão de ver brilhar

Do outro lado a alegria,

E a mocidade do luar!

E que não haja nem vulto,

Fascínio, nem lembranças

Nada, nada a indicar no mundo

algo que me lembre dos teus males!

Os teus traços doces, divinos;

Tua realeza imensa de encantos;

Eu de um olhar por ti tão infinito,

De repente, tudo engano...

E o saudoso amor, nas asas de um passarinho ia

Perdeu-se das alturas, no pélago das trevas...

Fim de tudo o que por ti sentia

Não sei se ódio sinto ou sinto pena!

lucheco
Enviado por lucheco em 18/09/2006
Código do texto: T242902