Rompimento
Que vivas tu, solitária e triste
Que perca o teu coração, a essência e a cor
Que fuja tua alma dos néctares ao musgos
Por teres havido de matar o meu amor!
Por teres havido de matar o meu amor,
Não haverá sementes que te façam flor
Nem uvas que te façam vinho
Nem velas que velem a dor!
Nem portas que te abram ao desejo
Nem lenço que te enxuguem as lágrimas
Nem luz que te conforte o medo
Nem prazer que te sustente a tara!
A tua boca dirá o arrependido,
O pálido corpo delirará,
E assim, com um olhar gemido,
rogarás retorno ao meu altar!
Ao teu redor, as margens frias
Impedir-te-ão de ver brilhar
Do outro lado a alegria,
E a mocidade do luar!
E que não haja nem vulto,
Fascínio, nem lembranças
Nada, nada a indicar no mundo
algo que me lembre dos teus males!
Os teus traços doces, divinos;
Tua realeza imensa de encantos;
Eu de um olhar por ti tão infinito,
De repente, tudo engano...
E o saudoso amor, nas asas de um passarinho ia
Perdeu-se das alturas, no pélago das trevas...
Fim de tudo o que por ti sentia
Não sei se ódio sinto ou sinto pena!