Refrões Vazios

São apenas refrões vazios

Feitos de palavras distorcidas,

Sem sentido, sem vida.

Tudo está obscuro,

Trancafiado em algum lugar.

A visão é turva, sinto-me cego

A tatear a verdade, as certezas,

E um mapa que me indique o caminho.

E mais uma vez estou perdida,

Alucinadamente perdida...

Correndo por paredes brancas

Sem portas, sem fim ou começo

Aprisionada pelos meus sentimentos

Ferida por frases rudes, que só eu ouço

Julgando-me o quanto inútil é a minha incapacidade

Só sei amar, só sei fazer o bem

Mas tudo é nada, portanto, insuficiente

Como suprir os desejos?

Os meus, os seus, os do mundo?

Tentativas de perfeição reverteram-se em erros incorrigíveis

Nenhuma lavagem cerebral teria poder de cura,

De apagar meus sentimentos

De diluir minha mágoas

E você? Pessoa que tento fazer feliz

Dê-me pistas, ajude-me...

Não a ser uma pessoa melhor,

Mas ensine-me a fazer o bem que você precisa ter

Guie-me como um cego, porque hoje é como me sinto

Sem conseguir enxergar mais nada.

Onde estão meus erros, que me dilaceram a alma?

Existirão acertos, coisas boas?

Ou ficou apenas um imperdoável lamento

Pelos males que fiz que conseguiram obstruir

O grande bem que vim fazer?

Cumpro minha missão a cada dia

Rasgando a pele, ingerindo os venenos da vida

Saboreando as palavras rudes,

Fingindo que tudo vai bem.

Hoje vou dormir mais uma vez

E acordar pela manhã, fingindo que estou num parque de ilusões

Que tudo está bem, que meu sorriso é verdadeiro

E quem sabe convença os que me conhecem

Porque aqueles que não fazem parte da minha vida

Acham que minha felicidade é tão grande que posso emprestá-la

Bom se isso fosse verdade... mas não emprestaria se a tivesse!

Daria toda ela e ainda mais,

Mesmo sabendo que não sou capaz e que aqui,

Apenas mora uma tristeza de proporções mortais

Que me impede de ser, quem eu um dia já fui

Le Delirious
Enviado por Le Delirious em 31/07/2010
Código do texto: T2410001
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