DE REPENTE...

De repente o que era claro tornou-se escuro;
... o que era obvio tornou-se vago;
... o que era diário tornou-se escasso;
... o que era farto tornou-se regado;
... o que era só paz, de repente não é mais;
... o que fazia um bem danado, nada mais faz;
... o que era inconfundível tornou-se super condicionado;
... o que era quente tornou-se gelado;
... o que era calmaria tornou-se nevralgia;
... o que era molhado tornou-se seco;
... o que era saudade tornou-se soledade;
... o que era palpável tornou-se inviável;
... o que era infinito tornou-se finito;
...o que era sussurro tornou-se grito;
... o que era vasto tornou-se incerto;
... o que era inseparável tornou-se disperso;
... o que era beijo tornou-se sobejo;
... o que era esperado tornou-se o inesperado;
... e de repente o tudo tornou-se o nada;
... o que era só amor tornou-se ermo:
Contido dentro de um coração triste, quase enfermo,
Que andava feito louco em círculos e à esmo.

COLETÂNEA DE POESIAS – MELHOR DA WEB. Rio de Janeiro: Usina das Letras, 2009.
Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 30/07/2010
Reeditado em 25/02/2019
Código do texto: T2407577
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