A voz que fala em nós

Não sei dizer nada mais

Nem se o tempo está bom

Se o homem tem razão

Ou se nada faz sentido

Sou um ser robotizado

E aqui bem do meu lado

A vida é contrária

De tudo que esperava

Eu sonhei que a poesia

Fosse libertar a mente

Dos seres escravizados

Tão presos em correntes

Enganei-me novamente

Por mais que dizemos

Insistem ignorar-nos

Por mais que queiramos

Preferem não nos ver

Tais e quais São João,

continuamos pregando no deserto

-O homem é um deserto -

E nós, apenas poetas tolos,

provavelmente morreremos tentando.

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 23/07/2010
Reeditado em 14/07/2015
Código do texto: T2395715
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