Catarse
Estou cansado de não ser eu!
Estou cansado desse fingimento!
Dessa máscara, que fere o meu rosto!
Desses anseios contidos, arrebatados pelo medo!
O que ganhei com esse conformismo torpe?
Com essa humilhante e vil pusilanimidade?
Aonde cheguei trilhando esse caminho
Prescrito por quem nem sequer admiro?
Tantos sonhos arrojados ao vento – ao nada!
Em prol de quê? Da satisfação alheia?
Desses valores morais arcaicos e hipócritas?
Desse modismo ridículo e insensato?
Basta! Danem-se os outros e suas teorias:
Suas idéias maquiavélicas e virulentas.
É preciso romper o manto de covardia
E medo – esse monstro tétrico – que me envolve!
- Libertar-me dessa subserviência mórbida
Que me impele a negar a minha essência,
E ser o verdadeiro Eu – em sua plenitude –
O Eu que vibra ardente dentro do meu coração!
(Escrito em 2009, com a ilustríssima ajuda vocabulária e frasal do grande poeta Júnior Mota. Eternos agradecimentos ao mestre!)