Dos Falsos Amigos
Clevane Pessoa
Abraçam -nos apertam nossas mãos, fingem atingir
as raias da compreensão.
dançam nos limites de nossos limitações.
Oferecem a mão.
Por trás, inventam , sonegam, estendem a perna
Para um grande escorregão de quem estava
Desarmado ou disponível.
Esquecem tudo que já se lhes ofereceu.
Roubam sem pudor e quando vamos procurar nosso naco,
Respondem que “o gato comeu”,
E se tentamos retornar a um ligar cedido,
Dizem:”Quem sai ao vento, perde o assento”.
E logo conosco, que acreditamos
Na verdade inconteste: “faz a força, a união”
Afinal “uma andorinha só, não faz verão!”
Afastam com mil estratagemas , quem os auxiliou
E colocam em nossa boca palavras não ditas,
Inventadas por eles, malditas...
E nos entristece ver pessoas queridas
Caírem na rede que usam para nos derrubar
-e às vezes, a esses amigos inconsistentes
Que preferem acreditar nas linhas dos novéis
Que em nossos antigos e fortes carretéis.
Fazem jogo duplo, são sonsos e traem amigos,
porque traição perpassa pela deslealdade
e os liames da afetividade, da entrega , na amizade,
têm a ver com confiança, afiliação, respeito.
Há os ingênios que se deixam enredar
com histórias, artifícios, estratégias :
sempre têm cuiúme do Outro e querem caminhar seus caminhos.
Esquecem que em uníssono são mais ouvidas as vozes,
mas se fazem surdos e mudos no conjunto
enquanto registram idéias alheias.
Depois copiam os hinos e poemas,
contos e causos, crônicas e opúsculos
que e apresentam assinando a autoria.
Voam condores e jogam-lhes pedras.
Voam beijaflores e esses invejosos queimam os jardins
para que não posso polinizar nem encantar o mundo.
Voam borboletas e lhes arrancam as asas
para fazer bandejas meramente decorativas.
Se é preso em jaulas e masmorras de incompreensão um coração poeta,
vão até lá, prestar pseudo-auxílio, oferecer soluções impossíveis de alcançar.
São capazes de ofertar empréstimos de préstimos
e sorrir quais aqueles que nos amam de verdade.
Viajam e surrupiam as possibilidades dos Outro
-que muitas vezes sequer as deseja:
sob a pele de cordeiros mansos a balir,
são predadores insensatos, inconsequentes ...
Consola-nos no entanto, saber que embaralhados
Nas próprias maldades e mentiras
Caem quais as pedras frouxas
numa avalanche de inconsistências...
Enquanto nós, resilentes e em paz,
Seguimos a trilhar as trilhas,
embalados nos braços da Verdade
-dama que sempre reaparece, quando menos se espera...
Belo Horizonte, 13 de julho de 2010 Brasil desenho de Clevane Pessoa, para o "Original-Livro de Artistas", organizado por Regina Mello-no tema "A Forma do Pote Vazio"
Clevane Pessoa
Abraçam -nos apertam nossas mãos, fingem atingir
as raias da compreensão.
dançam nos limites de nossos limitações.
Oferecem a mão.
Por trás, inventam , sonegam, estendem a perna
Para um grande escorregão de quem estava
Desarmado ou disponível.
Esquecem tudo que já se lhes ofereceu.
Roubam sem pudor e quando vamos procurar nosso naco,
Respondem que “o gato comeu”,
E se tentamos retornar a um ligar cedido,
Dizem:”Quem sai ao vento, perde o assento”.
E logo conosco, que acreditamos
Na verdade inconteste: “faz a força, a união”
Afinal “uma andorinha só, não faz verão!”
Afastam com mil estratagemas , quem os auxiliou
E colocam em nossa boca palavras não ditas,
Inventadas por eles, malditas...
E nos entristece ver pessoas queridas
Caírem na rede que usam para nos derrubar
-e às vezes, a esses amigos inconsistentes
Que preferem acreditar nas linhas dos novéis
Que em nossos antigos e fortes carretéis.
Fazem jogo duplo, são sonsos e traem amigos,
porque traição perpassa pela deslealdade
e os liames da afetividade, da entrega , na amizade,
têm a ver com confiança, afiliação, respeito.
Há os ingênios que se deixam enredar
com histórias, artifícios, estratégias :
sempre têm cuiúme do Outro e querem caminhar seus caminhos.
Esquecem que em uníssono são mais ouvidas as vozes,
mas se fazem surdos e mudos no conjunto
enquanto registram idéias alheias.
Depois copiam os hinos e poemas,
contos e causos, crônicas e opúsculos
que e apresentam assinando a autoria.
Voam condores e jogam-lhes pedras.
Voam beijaflores e esses invejosos queimam os jardins
para que não posso polinizar nem encantar o mundo.
Voam borboletas e lhes arrancam as asas
para fazer bandejas meramente decorativas.
Se é preso em jaulas e masmorras de incompreensão um coração poeta,
vão até lá, prestar pseudo-auxílio, oferecer soluções impossíveis de alcançar.
São capazes de ofertar empréstimos de préstimos
e sorrir quais aqueles que nos amam de verdade.
Viajam e surrupiam as possibilidades dos Outro
-que muitas vezes sequer as deseja:
sob a pele de cordeiros mansos a balir,
são predadores insensatos, inconsequentes ...
Consola-nos no entanto, saber que embaralhados
Nas próprias maldades e mentiras
Caem quais as pedras frouxas
numa avalanche de inconsistências...
Enquanto nós, resilentes e em paz,
Seguimos a trilhar as trilhas,
embalados nos braços da Verdade
-dama que sempre reaparece, quando menos se espera...
Belo Horizonte, 13 de julho de 2010 Brasil desenho de Clevane Pessoa, para o "Original-Livro de Artistas", organizado por Regina Mello-no tema "A Forma do Pote Vazio"