INCÓGNITA

Lêda Torre

És mistério...indefinível...

Como dizer-te o que és?

És tão distante, inatingível...

Finalmente, quem tu és?

Que adjetivo...ou substantivo...

Que sujeito...que verbo... ou advérbio

Estás mais pra infinitivo

Do que amor, saudade, vida

Ou inverno?

Vai, vento que se esvai...

Brisa que fica, que enternece,

Te querer, te ter, é tão obstante!

És como um ungüento que se oferece!

Beijar-te com o beijo dos meus lábios...

Até quando este sol resplandecerá

Querer-te é como os laços (em mim)

Viver, quem viverá?

Dize-me, ó tu, a quem ama a minh’alma;

Onde apascentas o teu rebanho?

Por que razão seria eu a te cativar,

Ou como a que anda errante?

Por que és tão incógnita amado?

Gostaria de saber o teu querer,

Formosos são os teus lábios adornados

Com enfeites de ouro e incrustações de prata....a ver.

Viu? Incógnita...ser...ou não ser....

____São Luis-MA, fev/07______

Lêda Torre
Enviado por Lêda Torre em 04/07/2010
Código do texto: T2358547
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