Um brasileiro chamado Bastião

Bastião era um brasileiro, Trabalhador e “sonhadeiro”

Acreditara no que o pai falou: O Brasil é o país do futuro!

E Bastião cresceu... o seu pai morreu

Mas ele forte sobreviveu

Um dia era cristão, no outro ateu

Casou... cinco filhos... um morreu

E o tempo passava e Bastião lamentava

O futuro não chegava, o aumento ainda nada

O tempo continuava sem sol tudo no breu...

Ora, Bastião não desistia, assistia o jornal todo dia

Esperando por uma boa notícia

Vindo lá das bandas de Brasília

Olhe aí, tudo agora é maravilha!

Mas as manchetes eram as mesmas,

Bala perdida, sem-terra e roubalheira

O deputado guardando dinheiro na meia

E a gasolina que já ia aumentar... mas já?

E Bastião mesmo desempregado

Ouviu a promessa do deputado

Que ia ter até leite encanado

Se nele fosse votar.

Então Bastião voltou a sorrir, a sonhar, a se iludir

Acreditara nas palavras de Serafim

Um político assim, meio assim...

Menos pra mais, mais pra ruim

Era uma saga sem fim

E veja... Bastião parece que cansou

O futuro que sonhara não chegou...

Chegou à conta de luz, de água e do IPTU...

O dinheiro que mal recebeu já acabou

... Bastião anda meio borocochô

Foi no hospital mas já voltou

Não tinha mais ficha, nem remédio...

Nem uma vacina seu doutor?!?

Nos braços trazia a filha

Gemendo e chorando de dor...

Mas quem sabe Bastião se lembre

Que temos como sempre

Em fevereiro o nosso carnaval

E tudo que é ruim

Parece que vai sumir

Pelo menos por três dias é assim

Trocamos a dor pelo arlequim...

É a alegria ofuscando o mal...

Só que o carnaval se acaba

E no resto do ano sem graça

Bastião de novo se lasca

Sem dinheiro, sem futuro

É dor no peito, é pressão alta

É assalto, cheque voando na praça

E quando do pai se lembra das palavras

Não entende mais quase nada

Pois o seu país que era o futuro

Lhe deixara na desgraça...

Eitá vida marvada!!!