Porque
Porque não cravas logo uma espada em meu peito
e acabas de uma vez por todas esse meu martírio?
Porque tens que definhar-me lentamente a sangue frio?
Porque tens que despetalar-me a alma como quem
desatentamente faz superstição em uma rosa qualquer,
dizendo sem pensar: bem me quer, mal me quer?
Porque não me deixas alçar o voo livre da solidão?
Se cá, contigo, já não existo; já não tenho razão...