Cupressus Natalino
Tumuluzinhos pendurados a ciprestes;
Envolto a guirlandas espinhais;
Que cintilam aos clarões dos lampírios,
Sobre o fitar da macilenta criança loira,
Olheiras entranhadas de uma noite à espera,
Contrastando algo que me faz ater-se a mémorias;
Do leite derramado sobre o negrume véu aveludado,
Sobre o ápice da árvore,
A fronte morta da menina;
Que um dia sorriu,
Amou, teve ódio, medo,
E que agora exposta a face sem peles,
O que um dia mimada, paparicada,
Agora é um acessório de horror,
Que tem como ônus, congelar espinhas,
Esfregar em minh’alma, que um dia morrerei,
Os anjos negros sob a gélida alvura,
Paciente esperam em sua visão hermética,
Com odor de terra molhada,
De uma vida imensurada,
Zombada agora por corvos,
O choro é o sorriso da tristeza! (…)