A Rosa e o Vinho

Ele chegou com um buquê de rosas nas mãos,

uma garrafa de vinho e um sorriso enamorado.

Entrelaçou sobre mim um olhar, um doce olhar,

envergonhado ficou, queria pedir perdão por ter

causado-me tantas dores.

Achou que as rosas e o vinho nos levaria ao leito.

Novamente fiquei a ouvir lamúrias e assistir uma

lágrima no canto cair, tentei fazê-lo

compreender que não haveriam rosas, vinho e

leito que aliviasse todo meu sofrimento.

Sussurrou palavras que nunca ouvi e respondi

num baixo tom de voz:

- Leve suas rosas, o vinho e teus desejos, nenhum

deles apagará as mágoas que tu me trouxestes.

Ele relutou, esbravejou, provou o vinho,

jogou as rosas no chão, enraivecido,

enfurecido, não acreditou, muito

menos aceitou que tudo era findo.

Depois de tantas dores, o amor acabou!

Virou as costas, saiu...fechou e depois

abriu a porta e perguntou-me:

É o fim?

Por um minuto silenciei meus lábios e olhei-o,

nem precisei balbuciar ele compreendeu e à

porta encaminhou-se e murmurou:

Eu volto porque Te Amo!

Um instante depois eu pensei:

É fácil fugir das rosas que tentam

espetar-me, difícil é fazê-las compreender

que eu não quero ser espetada.

Márcia Moreno
Enviado por Márcia Moreno em 22/06/2010
Código do texto: T2335189
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.