Justa causa


Num átimo percebi a serventia que me dás...
Repositório de tuas dores quando precisas chorar
Vaso aberto e afoito a recolher com meu ardor
Tuas lágrimas e fluidos quentes de homem.
Desnudo-me lambendo tuas feridas em chagas
Com o riso disfarçado de estar contente.


Quando queres, eis aquí teu pote de mágoas
Caldeirão fervilhante de dissabor...
Não deixes que se derrame uma só gota
Destas águas que noite e dia me consomem
Somem na terra,evaporam-se no ar
Exatamente como meu amor.


-Helena Frontini-